Diarréia? Nem pensar!!

Vocês se lembram que eu falei que a Clarinha teve uma diarréia muito forte? Pois é. A Clarinha chegou em casa normal. Brincalhona, carinhosa, dócil e calma. Ela chegou no sábado a noite. E desde a tarde de sábado, quando eu a conheci, ela estava se alimentando com a ração Linha do Campo, uma das rações para coelhos vendida no COBASI. Porém, a Clarinha estava acostumada a se alimentar com a Funny Bunny.

O coco dela estava normal. Formato "bolinha", durinho.

Na quarta-feira a bebê começou a fazer coco mole. Achei um pouco estranho. Por ela ser branquinha, os pelos logo ficaram sujos. Entrei em contato com a Léia (criadora) e ela me disse que era a troca da ração. Receitou o remédio DauVerme, cujo princípio base é o Fenbendazole. Pediu para que eu retirasse a ração e deixasse apenas soro e desse pequenos pedaços de cenoura.

Mas a Clarinha foi ficando fraca e eu notava que estava com fome. E nada dela endurecer o coco! Na sexta-feira eu resolvi procurar em todos os lugares o tal remédio!

Nós moramos em uma cidade do interior e aqui nem clínica veterinária tem! Fomos para a cidade vizinha. Procuramos em TODOS os pet shops e casas agropecuárias (inclusive procurei feno também) e não encontramos nada. Apenas um pet shop tinha o MaxDog Plus que tinha Fenbendazole e outros.

Acabei comprando esse mesmo e liguei para o Dr. André Grespan. Ele por ser de boa alma me atendeu por telefone mesmo e disse que eu poderia dar o remédio pra Clarinha, mas tinha que ficar de olho para ver se ela não iria passar mal. Se passasse mal, teria que levar em veterinário comum mesmo.

Receitou uma colher de café de Yakult também.

A Clarinha ADOROU o Yakult, mas o remédio não muito. Pra enganá-la, colocamos misturados.

Já no sábado, ela estava muito mais disposta e o coco tomou formato e ficou mais duro. Talvez por descuido nosso, ao ver que ela adorou o Yakult, nós demos duas colheres a mais pra ela. Aí a diarréia desandou.

No Domingo voltou a fazer coco mole. Decidimos levá-la até SP para um veterinário, porém eu fiquei ruim de saúde e não foi possível. Qdo melhorei na terça, nós levamos. E qdo estávamos quase chegando em SP, fui olhar a gaiola, e a Clarinha já estava bem abatida.

O estresse da viagem e a diarréia estava realmente forte. Na gaiola só coco líquido, fedido. Me desesperei.

Chegamos ao Cobasi Villa Lobos e lá fomos atendidos pela Dra. Christiane (um amor de pessoa). Ela foi bem realista. Disse que o estado da Clarinha era bem grave. Ela era apenas um filhote e diarréia em filhotes normalmente é FATAL.

Na hora foi feito o soro fisiológico e também um antibiótico. E ela pediu para que não fossemos embora pq o estresse da viagem poderia ser muito prejudicial a Clara. Como eu tinha que ir ao hospital também naquele dia, eu deixei a Clarinha repousando na clínica e voltei a tarde.

O quadro dela estava um pouco menos pior. Ela ainda estava bem largadinha, nem conseguia segurar a cabeça. Eu a chamava, ela procurava, mas não tinha forças para se erguer. Aquilo foi de cortar o coração.

A veterinária da tarde disse que não seria bom ir embora, mas não tínhamos como ficar em SP. Para amenizar o agito do carro na gaiola, eu a pus na bolsa de transporte. Coloquei várias toalhas, deixei bem confortável e vim com ela no colo.

No meio do caminho, por vários momentos, eu achei que a Clarinha fosse nos deixar. Mas ela resistiu até em casa.

Coloquei dentro da gaiola e a deixei descansar. No dia seguinte, ela estava mais fraca ainda porque não comia. Forcei soro com seringa na boquinha dela. Ela estava chatinha e magoada comigo por tanto remédio ruim e injeção, mas não havia outra saída!!

Tínhamos que dar probiótico por 10 dias e antibiótico por 5. Ela não estava aceitando bem os remédios. E a ração? Nem pensar. Não queria nada.

Liguei pra veterinária e ela me pediu pra dar cenouras e/ou coisas que ela gostasse. Dei pedacinhos de cenouras e maçã. Ela comeu bem. Mas mesmo assim ainda era pouco. Ai a Dra. Christiane pediu pra dar alfafa. Ela adorou.

Mais tarde, ela já pedia pra sair da gaiola, como de costume. Sob autorização veterinária, eu a soltei pra brincar. Ela correu pela cozinha, pelo quarto. Fez até arte na cozinha. Brincou, correu e eu a recolhi pra gaiola.

No dia seguinte, quando acordamos, eu já percebi que ela estava um pouco atordoada e zonza. Ela balançava a cabeça parecendo um joão bobo.

Dei os remédios e as comidinhas. E sai para fazer os serviços de casa. Qdo meu marido me chama e diz: "Acho que a Clarinha tá morrendo, corre aqui".

Meu coração desparou e sai correndo. Ela estava tendo convulsão. A perninha esticada, batia a cabeça, tremia o corpo inteiro. Pra não se machucar mais, tirei da gaiola e enrolei numa toalhinha. E fiquei com ela no colo.

Naquela hora eu sabia que estava perdendo a nossa Clarinha. Ela teve mais umas dez convulsões. Depois eu a deixei na toalhinha, bem quentinha e aconchegante. Eu não iria suportar ver outra coelhinha minha me deixar diante os meus olhos e não fazer nada!

A tardezinha, quando fui ver, ela já tinha ido embora.

A veterinária suspeitou ser giárdia. A Léia e o Dr. André me asseguraram ser a troca da ração. Eu realmente não sei ao certo o que foi que matou a Clarinha, mas de uma coisa eu tenho certeza: diarréia em filhote MATA!

Quando dizem que diarréia em filhotes é fatal, por favor, acredite. Em menos de 24hs a Clarinha se abateu e foi embora. Se for trocar a ração do seu amigo, faça gradativamente. Por ser filhote, eles são sensíveis e qualquer mudança brusca os afeta.

Eu aprendi isso da pior maneira.